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Mostrando postagens de 2012

O Comportamento Verbal

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Há muito o conceito de linguagem tem se mostrado um tema controverso no que diz respeito a sua categorização dentro dos estudos psicológicos. Por ser uma característica exclusivamente humana , as abordagens não-comportamentais juntamente com o senso comum costumam separar a fala em uma categoria diferente da de outros comportamentos não-verbais. Nesse contexto, Skinner (1957) comenta que antes das pesquisas na Psicologia evoluírem para o campo analítico-comportamental, sistemas extremamente elaborados já haviam se ocupado da descrição da linguagem, tais como a gramática, a lógica, a lingüística, a patologia da fala, entre outros. Embora tenham trazido contribuições para o conhecimento científico atual, nenhuma dessas disciplinas conseguiu formular de fato uma descrição apropriada que tornasse o objeto de estudo mais preciso e simplificado. Mas afinal, seria o comportamento verbal diferente de outros tipos de comportamento? Dentro da história filogenética  da espécie humana,

Colocando o Behaviorismo em prática

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Leia com atenção os quadrinhos abaixo (clique na imagem para ampliar): Agora, vamos analisar o comportamento dos pais de Calvin.  De acordo com a história apresentada, os pais estão interessados em tirar uma foto do filho para mandar aos parentes. Que tipo de variável está controlando este comportamento? Como poderíamos classificar esta relação funcional? Ao mandar a foto, os pais evitam a visita dos parentes, a qual, de acordo com o texto, parece ser um estímulo aversivo . Ou seja, provavelmente, os pais já passaram maus bocados nos natais anteriores com a visita inadequada de parentes distantes. Sendo assim, a evitação de um estímulo aversivo é o que mantém o comportamento de tirar a foto de Calvin. Esta relação é definida do reforçamento negativo , mais especificamente, esquiva , afinal, o comportamento ocorre antes mesmo do contato com os parentes inconvenientes. Nossas próximas postagens serão sobre Extinção e Comportamento Verbal . Aguardem! Por: Maíra

Skinner e o Behaviorismo Radical

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Burrhus Frederick Skinner (1904-1990) foi considerado por muito tempo, o mais influente psicólogo de sua geração. Seu trabalho na pesquisa científica do comportamento humano foi considerado a renovação dos pressupostos de Watson . O autor inovou os conceitos behavioristas por descartar especulações sobre o que acontece dentro do organismo humano referentes a entidades internas como variáveis intervenientes ou processos unicamente fisiológicos (Schultz e Schultz, 1992). Segundo Skinner (1953) o comportamento dos organismos é um objeto de estudo concreto , objetivo e passível de acessibilidade para as pessoas, mas sua complexidade o torna uma matéria extremamente difícil. Pelo fato de ser um processo e não uma “coisa”, não pode ser imobilizado e estudado minuciosamente. No entanto, essa complexidade não significa que seja um objeto de estudo insolúvel, é preciso, portanto, certo grau de criatividade e engenhosidade de cientistas comprometidos com seu trabalho. O vídeo a segui

Seria a punição a melhor solução para problemas humanos?

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O ambiente do ser humano em qualquer parte do mundo está repleto de agentes punidores . As pessoas frequentemente se deparam com eventos naturais aversivos como, por exemplo, temperaturas altíssimas no verão, chuvas torrenciais no inverno, furacões, terremotos, dores musculares, cansaço, frio, fome, barulhos, acidentes físicos, entre outros. Como se não bastasse a enormidade de eventos indesejados, os homens, por possuírem uma longa história de aprendizagem cultural na utilização da técnica de punição em suas relações interpessoais, exercem controle sobre seus semelhantes quase exclusivamente pela coerção (Sidman, 1989). Agências de controle como as religiões e o governo utilizam de penitências e castigos, restrições físicas e de liberdade, para punir comportamentos inadequados que não se encaixam nos padrões aceitos socialmente. Mas, afinal, o que é punição? Como vimos, as consequências ambientais funcionam como modeladoras de nossos comportamentos. À medida que nos expomos

O Reforço

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Até agora vimos que o comportamento pode ser explicado por dois tipos de paradigma: o respondente e o operante . O comportamento respondente caracteriza-se por uma relação organismo-ambiente (contingência) em que um estímulo elicia uma resposta. Esta contingência é explicada apenas com dois termos S → R e esclarece como acontecem as respostas emocionais, por exemplo (Skinner, 1953). Para ilustrar, tomemos Joana como personagem. Joana ao falar em público responde com rubor na face, ou seja, pessoas numa plateia (S) eliciam ( → ) rubor na face (R) de Joana. Apenas o estímulo antecedente é suficiente para eliciar uma resposta corporal em Joana. Porém, o comportamento respondente será explicado melhor em postagens futuras. O comportamento operante classifica-se como aquele que produz consequências (modificações no ambiente) e é afetado por elas. Esse tipo de comportamento recebe esse nome, pois evidencia o fato de o indivíduo operar sobre o meio em que vive e produzir ef

Por que nos comportamos da forma como o fazemos?

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Essa não é uma questão recente na história da humanidade, talvez esteja presente entre nós desde que o homem passou a ter consciência de si como um ser no mundo. A despeito de muitas explicações mitológicas e filosóficas que já foram apresentadas ao longo dessa trajetória, a ciência conseguiu apresentar ao mundo conceitos concretos sobre o que, ainda hoje, é chamado por muitos de “personalidade”.   Mas afinal, o que define as diferenças comportamentais entre as pessoas? Para isso, precisamos entender um pouco sobre os princípios comportamentais básicos que regem as ações de todos os seres vivos. Segundo Baum (1994), todo o comportamento humano é explicado a partir de uma história. Ou seja, diferente de outros tipos de ciência que lidam com um evento imediato, a ciência do comportamento precisa de fatores históricos para explicar um fenômeno atual. Na história do comportamento, este passa por três níveis diferentes de seleção: a filogenética (história evolutiva da espécie), a